Em 1971 um grupo de psicólogos sociais, liderados por Philip Zimbardo levou a cabo uma experiência que ficou conhecida como a Experiência da Prisão de Stanford.
A experiência consistiu na simulação de uma prisão em que os papéis de guardas prisionais e de prisioneiros foram atribuídos a estudantes voluntários, com características psicológicas semelhantes e que visava estudar os efeitos psicológicos da vida numa prisão.
Previa-se uma duração de quinze dias e, segundo as regras, quem quisesse poderia abandonar a experiência a todo o momento.
Apesar das regras bem definidas e de todos os participantes saberem que se tratava de uma simulação da realidade e de um estudo científico, a verdade é que a experiência foi interrompida ao fim do sexto dia, porque os participantes começaram a viver com total entrega e intensidade os seus papéis, confundindo a representação com a realidade vivida e identificando-se com os personagens que encarnavam.
Alguns "guardas" tornaram-se especialmente violentos, abusaram da autoridade que lhes havia sido concedida e humilharam os seus "prisioneiros", deixando mesmo de cumprir as regras da "prisão".
Por seu lado, os "prisioneiros" foram-se tornando submissos, obedecendo gradualmente às ordens mais absurdas.
![]() | 1.24 homens entre 18 e 24 anos foram seleccionados e divididos em dois grupos: guardas e prisioneiros. |
![]() | 2. Os prisioneiros foram levados a uma esquadra real, fechados e recolhidos numa prisão construída no laboratório de psicologia |
![]() | 3. Lá, eles foram revistados, uniformizados e colocados em celas, onde eram vigiados e punidos pelos guardas |
![]() | 4. Revoltados pelo tratamento, os prisioneiros revoltam-se. Os guardas acabam por usar a violência para acabar com a rebelião. Um dos prisioneiros dá sinais de esgotamento e tem que ser solto. Aumentam os castigos e tarefas humilhantes |
![]() | 5. O comportamento dos guardas torna-se cada vez mais agressivo. Três prisioneiros têm colapsos. A experiência prevista para 15 dias acaba no sexto |
Ilustrações: Edivaldo Serralheiro |
"Dentro de cada um de nós há um conformista e um totalitário, e não é preciso muito mais do que o uniforme certo para que ele venha à tona".
Link: Entrevista com Philip Zimbardo